segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Depois de ler...

... isto no blog do Aventar veio-me à mente esta pergunta:

O que se ensina hoje nas escolas?

Quando fiz a minha escola primária década de 70, lá onde judas perdeu as botas, tínhamos de material escolar apenas 1 livro em cada ano que englobava todas as disciplinas, uma tabuada e apenas dois cadernos que tinham de durar o ano todo, meia dúzia de lápis de cor e pouco mais ! Mas tínhamos uma coisa que os de hoje não têm apesar de todas a tecnologias que o mundo lhes oferece, o "tablet" mais potente de que há memória, a celebre pedra lousa onde tudo era feito que depois era guardado, na mais poderosa pen (nosso cérebro)!

As nossas visitas de estudo começavam logo pela altura do S. Martinho, íamos para os montes onde haviam pinheiros e castanheiros que depois de uma aula sobre estas árvores e de tudo o que elas produzem apanhávamos castanhas que assávamos numa enorme fogueira feita com lenha, também apanhada por nós e pela professora que nos acompanhava, sem que a floresta que estava mesmo ali ao lado se incendiasse! Todas as semanas tínhamos um dia de "visita de estudo", o jardim que envolvia a escola era cuidado pelos alunos e quando chegava a primavera lá íamos nós cavar os canteiros, estrumá-los, semear os amor-prefeitos, as margaridas e plantar uma quantidade de outras flores que davam cor e alegria à escola. 

Quando chegava ao fim o ensino obrigatório, na altura 4ª classe, os que não continuaram a estudar estavam preparados para a vida laboral e era no cultivo de terras que encontravam o seu primeiro trabalho, os que continuaram os estudos vinham nas férias que eram passadas  a trabalhar na terra por vontade dos pais.
Nessa época a relação com a natureza e o meio ambiente fazia parte tanto do nosso percurso escolar como da  educação que recebíamos em casa!

Crescemos  e vimos o mundo mudar a uma velocidade estonteante! E esta minha geração quando se tornaram pais disseram aos filhos – vós, ides ter tudo aquilo que nós não tivemos custe o que custar! E foi com esse "custe o custar" que chegamos aos dias de hoje em que mais de cinquenta mil jovens não estudam e nem trabalham e outros tantos ou mais ainda, com licenciaturas de que nada lhes servem!

Em consequência desertificou-se o interior do país porque “a vida melhor que os pais quiseram dar aos filhos” fez, com que estes se desinteressassem por tudo o que a terra dá e por mais tecnologias e cursos universitário que estes tenham, se não houver quem cultive as nossas terras o desemprego para os licenciados será uma realidade permanente!


Hoje, vejo os miúdos carregados com pesadas mochilas de material exigido pelas escolas; pais que rebentam com os orçamentos para pagar manuais e mais manuais, cursos universitários e no entanto, o que mais vejo esta juventude de hoje se interessar é em festivais, smartphones , playstation, pokemons go, viagens de finalistas, (que hoje já se fazem a partir do ensino básico, que apesar de ser mais uma despesa para os já tão parcos orçamentos dos pais, mesmo assim, estes acham muita piada o seu filhinho de 7, 8 anos ter uma viagem destas)! Vejo universitários, o ano inteiro em praxes a cair de bêbedos em vez de estarem nas salas de aula pagas a peso de ouro, para não falar nas saídas à noite e no consumo excessivo de álcool! 

Não tenho filhos, por isso desconheço o que hoje se ensina nas escolas e em casa também! Mas não me parece que estas duas grandes "instituições" que estão na base do ser humano, estejam a fazer um bom trabalho e é urgente que o façam para o bem de todos nós e das gerações vindouras!




quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Será utopia querer um país verdejante, em vez deste que se está a tornar a preto e branco?!


Numa altura em que o nosso país passa pelo inferno dos incêndios, dizimando cada vez mais a, já, tão parca floresta que temos e para não falar da quantidade de desalojados que viram as suas casas a serem lambidas pelas chamas, tanto no Continente como na Madeira, está na altura de olharmos para o que provoca tudo isto e reflectir bem!

A prevenção passa, acima de tudo, por uma mudança da mentalidade que se apoderou de todos nós!

Todos sabemos, ou deveríamos saber, que o eucalipto não é uma árvore de origem portuguesa, mas sim originária da Austrália trazida para Portugal com fins comerciais. Todos sabemos, ou deveríamos saber, que esta árvore de crescimento rápido, empobrece os solos favorecendo a sua desertificação e consequentemente alterações no clima! 
Sugiro uma petição, referendo ou o que quer que seja, a exigir junto dos governantes, legislação, que proíba  as plantações desta árvore substituindo-as por carvalhos, pinheiros e outras espécies que ajudem os solos a fertilizarem-se e a criar humidade no ar!

Em nome não sei bem de quê, nas últimas décadas financiou-se a não produção agrícola de subsistência, em detrimento do consumo de tudo o que é importado, fazendo com que solos outrora cultiváveis estejam hoje ao abandono, e se tornam autênticos barris de pólvora durante o verão! 
A solução passa por um "boicote" aos produtos importados de tudo o que possa ser cultivado em Portugal (eu já faço isso há muito tempo, sempre que vou às compras tenho sempre o cuidado de verificar se é produção nacional)!

Incentivam-se cada vez mais, as novas gerações a irem para as universidades tirarem cursos de profissões sem saída..., porque trabalhar no campo é para os pais e avós! Estamos a criar uma sociedade de doutores que só sabem que os alimentos que consomem vêm do supermercado e estão-se nas tintas em saber como lá foram parar! 
Aqui, temos mesmo, de mudar a forma como estamos a incentivar a educação/formação das novas gerações!

Pagamos com os nossos impostos, férias a custo zero, para os milhares de criminosos que ocupam os “hotéis presidiários” deste país! Pagamos, Rendimentos Sociais de Inserção a famílias inteiras para não fazerem a ponta d’um corno! 
Então, já que pagamos, porque não utilizar toda esta mão-de-obra na limpeza e plantio de florestas entre outras funções no interesse do bem comum? 

Mas há outras soluções que poderiam  ser tomadas já e que diminuíram drasticamente o número de incêndios e suas consequências: 

- Obrigar as autarquias a fiscalizarem e manterem terrenos próximos de habitações limpos; 

- Proibir, de uma vez por todas, a utilização de herbicidas porque é mais um a contribuir para a o empobrecimento e secagem dos solos;

- Por o exército e a força área a patrulhar as florestas e serem estes os detentores dos meios aéreos de combate a incêndios! 

Uma  ínfima, quantidade de  incêndios que surgem todos os anos  são de causas naturais e/ou acidentes, mas 99,9% são de origem criminosa e não acredito que de um momento para outro surja tanta gente a sofrer de piromania! 

A verdade é apenas esta: se eu tenho uma empresa em que o meu negócio são alugueres de meios aéreos de combate a incêndios, para que o meu negocio não vá à falência necessito de…

…disso mesmo que estão a pensar!

E hoje em dia tudo se faz em nome do lucro...

... e foi em nome  do lucro que se compraram  submarinos para apagar os incêndios provocados pelos peixes em vez de meios aéreos para apagar os fogos provocados pelo homem!


Por ultimo, deixo aqui a minha maior  GRATIDÃO a todos os Homens e Mulheres, que mesmo no limite das suas forças, arriscam a vida no combate ao flagelo que são os incêndios! 
  
Foto do Gerês retirada da Web



quarta-feira, 3 de agosto de 2016

"Vejo-o, vejo os seus gestos devagar enérgico, os seus olhos a pensar para dentro coisas de fora, recebo a perturbação da sua ocasião em que lhe não agrado, e a minha alma alegra-se com o seu sorriso, um sorriso amplo e humano, como o aplauso de uma multidão."

(Bernardo Soares - Heterónimo de Fernando Pessoa)



segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Quando as últimas são as primeiras :)

 Do autor/compositor C.N.Gil  o "lote" fica agora completo com esta lindíssima balada!


 Às vezes perco-me em saudades, quando pego neste papel   branco cheio das linhas que Deus fez, onde deixo a minha solidão gritar...

...e nesta  revolução de sentidos, viro o meu mundo ao contrário só para ficar tão perto de ti, de mim...

São pequenas  peças de teatro  com cor de   pecado...

...mas delas surge uma aqua luminae que me abre caminhos para lugares de sonho...
(texto reeditado - by BeijoMolhado)